Salut*
Cá estou eu na 289312739728º tentativa de fazer uma postagem nos últimos 17 dias.
E estou do lado da bebêzinha mais linda que eu já conheci, só por garantia mesmo, caso ela acorde (como das outras vezes) eu vou estar mais perto pra ela não se irritar tanto até eu chegar HAHA.
Gente, ser mãe é outro nível, é outra vida, mas isso é papo pra outro dia! Hoje eu quero compartilhar com vocês é sobre o dia do parto.
Nada mais justo, não é? Já que vocês foram tão presentes em todo esse tempo. Fora que eu AMO compartilhar, sinto que sempre tem alguém na mesma situação ou que já passou e a gente se identifica de alguma forma.
Bem, eu tinha falado pra vocês que em uma das consultas o médico disse que já podíamos marcar o parto e eu fiquei com as pernas bambas, né?
A verdade é que não podíamos assim não hahaha. Poderíamos se o plano liberasse bacana e tal, mas eu ainda estava (estou) na carência, então o que começou nesse dia foi uma corrida pra saber se conseguiríamos pelo plano ou se ficaríamos na espera da boa vontade de Helena, o dia dela nos surpreender e nesse dia iríamos numa maternidade já nos "finalmente" pra ela nascer haha. Ah, tinha a opção de marcar o parto e pagar, mas tava fora de cogitação pra gente, que num tinha nadica.
Até essa altura do campeonato eu não sabia sinceramente o tipo de parto que eu queria, na verdade eu só queria que alguém me dissesse: "Olha, o parto que você vai ter é esse, dia tal e vai acontecer isso, isso e isso!" Mas eu não tinha CERTEZA de nada, e era isso que me deixava aflita, a falta da tal certeza, do domínio da situação. Não saber o dia, nem a hora, nem o lugar estava me deixando de cabelo em pé, eu chorei com medo, sem saber para o que me preparar. Mas eu dei um basta nisso, cadê a confiança em Deus? A situação tava além do que eu pudesse resolver, então é aí que a gente sabe que Deus não nos desampara...mesmo assim eu fiquei esquecendo disso por muitos momentos.
Fiz uma oração, pra que o Senhor acalmasse meu coração e eu pudesse perceber o seu cuidado e parar de me desesperar na certeza que Ele é quem tava à frente de tudo.
Depois disso eu fiquei mais a observar, nesse ponto já sabíamos que o plano não ia cobrir mesmo, até então não tinha dinheiro, então tava na opção "suspense": venha quando quiser, "estoy aqui, queriéndote..." (bem Shakira).
Maaaaaas aos 45 do 2º tempo (estou com as expressões bem futebolísticas hoje, né?), as portas se abriram e Michelzinho veio todo feliz porque conseguiu que eu tivesse o parto no hospital que a gente fez o pré-natal, com o médico que me acompanhou durante a gestação e com dia marcado, hora e tudo mais. Gente, eu já não estava mais nem esperando...meu coração aquietou mesmo, sabe? Na hora fiquei preocupada porque parto é caro e não queria que ele fizesse uma despesa maior do que a gente pudesse arcar, mas foi tudo de Deus mesmo e certinho.
Tava quase em cima da data que o Dr. tinha sugerido, então não daria mais dia 10, ficaria pro dia 11 e isso foi confirmado dois dias antes (no dia 09, no caso haha), mas eu não fiquei nervosa gente, sei lá porque. Seria uma cirurgia, o povo fala terrores de cesariana, mas eu sabia que esse seria o meu parto, dois dias antes, mas beleza, TRANQUILIDADE TOTAL.
(1 dia antes)
Pra mim que eu não ia ter nem quarto, que dirá porta pra colocar enfeite haha, mas acomo agora teria, fomos na cohab rapidão e compramos material pra fazer enfeite de porta e uns bombons pra dar numa trouxinha como lembrancinha.
Mamãe veio dormir na nossa casa pra ir junto pro hospital.
Eu fiquei muito estressada nesse dia, porque acabei querendo fazer muita coisa em pouco tempo, o povo mandando eu descansar, mas eu via as coisas pra fazer e queria fazer, foi uma loucurinha estressante.
(O dia)
Acordei e já tava na vibe do stress. Geralmente eu já estava acostumada com o palpite dos outros, mas nesse dia, um "AI" alheio e eu já tinha uma resposta na ponta da língua. A única pessoa que não me estressa nessas horas, é Michel. Ele já identifica o sentimento e já sabe me acalmar e não me irritar mais rs.
O parto tava marcado pra 07:30, mas acabou sendo mais tarde.
Fiquei mais relax quando minha amiga Kelly chegou e ficou conversando comigo (tentando me convencer a ter parto normal, por sinal HAHAHA), ela ia acompanhar o parto com Michelzinho, fiquei mais tranquila por ela estar lá.
Depois de uns papéis assinados, chamaram a gente pra perto do quarto, enquanto arrumavam. Ficamos num quarto super legal (beijo Dra. Rosélia :*), na hora que terminaram de arrumar e entramos, a enfermeira já veio me chamar pra ir pro centro cirúrgico. Nessa hora eu quis me borrar de medo, mas logo passou. Foi uma sensação tipo "Cara, faz parte do que vai acontecer, lembra? vai dar tudo certo". Aí só deu tempo mesmo de tirar umas fotinhos com Príncipe e #partiuprimeiracirurgiadaminhavida.
Entrei na salinha do vestiário, fiquei "peleca" como diz Michel, coloquei aquele coletinho safadíssimo de TNT que colocam pra quem vai ser operado, que fica com a bunda de fora, as "touquinhas de pé", acho que o nome é "pro pé" mesmo HAHA e uma touca na cabeça e já fui pra sala, sentei na maca, fiquei olhando, não era nada como eu tinha imaginado (a sala), mas tinha aqueles canhõezinhos de luz que os médicos ligam pra fazer as cirurgias, tipo novela e filme, uns quatro enfermeiros na sala (umas três enfermeiras com cara de legais e um homem super sério), aí o enfermeiro que veio, colocou o soro, o negocinho que verifica os batimentos cardíacos no meu dedo e me deixou sentadinha lá.
Fiquei olhando pro meu pé e pensando: "É gata, fica tranquila, sem medo, é isso bem aqui mesmo, se tu sair correndo não vai resolver, fica de boa que vai dar certo." São aqueles momentos na vida que você tem que conversar consigo mesma e se tranquilizar :D.
Primeiro minha amiga Kelly entrou na sala, toda bonitinha de médica, já fiquei mais tranquila. Depois entrou meu médico e o anestesista, aí fiquei tranquila mas misturado com ansiedade. O obstetra que me acompanhou durante a gestação é muito de boa, e ele já chegou me tranquilizando, que ia dar certo e tal, porque depois de todos esses meses, uma coisa ele tinha certeza: Que eu sou desesperada, medrosa e dramática. Ele nunca disse nada, mas eu tenho convicção que no mínimo, ele percebeu.
O anestesista se apresentou (mas eu não lembro o nome dele, Romão, Romeu, sei lá) e ficou preparando as coisas dele lá. Eu já estava de costas pra ele e o Dr. só curvou um pouco minha cabeça, porque parece que é a posição de receber a anestesia mesmo.
Eu já estava era agoniada porque não senti o frescor do álcool na pele, que eles passam antes de nos furar em qualquer furada que se preze.
Aí perguntei (ao anestesista):
-Dr, o Sr. não vai nem me avisar quando passar o "alquinho" aí? (Alquinho = meu diminutivo de álcool).
Ele sorriu e disse:
- Vou, vou avisar sim.
Eu já tava falando e levantando a cabeça, aí o Dr.(o obstetra). mandou eu ficar com a cabeça abaixada.
Ele avisou mesmo e passou o álcool, antes de aplicar a primeira injeção, avisou também e perguntou se eu tinha sentido.
Eu disse que sim e ele: "-Pois essa é a maior dor que você vai sentir hoje."
GEEEEEEENTE, até picada de formiga dói mais.
Depois ele aplicou outra coisa lá, mas eu senti só como se alguém tivesse me tocando nas costas, APENAS!
Ele disse também que eu ia sentir um formigamento e depois não ia sentir mais nada. Mas na parte do formigamento, me colocaram pra deitar e eu ainda sentia minhas pernas, aí CLARO que fiquei avisando: "Gente, tô sentindo minhas pernas!"
E o anestesista: "Mas não tá sentindo o formigamento?" Eu disse que sim e ele explicou que tava fazendo efeito, pra eu me acalmar.
Nisso, se aproxima a enfermeira, se apresenta e diz que vai colocar a sonda E QUE NÃO VAI DOER!
Obviamente eu não acreditei de primeira, mas já tava não sentindo mais tanto as pernas (só que ainda estava formigando), na posição ginecológica, conhecida também como posição "galeto" kkkkkk sem poder sair correndo, o que que eu ia fazer? Esperar pra ver se ia doer ou não. De fato, não doeu, mas senti tipo um "choquinho"...e Kelly lá narrando tudo "O xixi já tá saindo pela sonda" HAHAHAH
Beleza.
Depois disso, percebi a ausência daquele paninho que faz a gente não olhar a cirurgia e CLARO que eu falei de novo: "Cadê aquele paninho que coloca aqui? Não quero ver não!" Acho que nunca pegaram alguém tão faladeira como eu.
Minha gente, depois do paninho, juro pra vocês, nem 10 minutos se passaram, os médicos estavam perguntando por Michel, pois Helena já ia nascer.
Foi só Michel chegar que já ouvimos o super choro. UÉEEEEEEEEEEEEN (esse é o choro escrito rs.)
Então a pediatra trouxe, me mostrou Helena e levou pra limpar e vestir. A única coisa que deu pra eu pensar nesse tempo foi: "Obrigada Senhor, ela não tem microcefalia." Porque tava todo mundo preocupado e tal, até eu fiquei.
O que mais demorou foi a parte depois que a baby nasceu, que foi a parte de "me fechar", rs. E mesmo assim, não demorou tanto. Kelly e Michel ficavam indo e vindo da sala onde Helena estava e onde eu estava.
Teve uma hora que Michel me olhou toda aberta de um lado do pano e veio me perguntar: "Tá tudo bem?" e eu disse que sim, como se nada tivesse acontecendo hahahaha.
Durante esse tempo eu fiquei orando, de verdade, agradecendo a Deus porque tava dando tudo certo, porque eu não estava sentindo nada, porque Kelly tava me contando que os pontos que o médico estava fazendo estavam bem bontinhos e que nem iam aparecer (hahaha), porque de fato Ele cuidou de tudo e mais uma vez eu estava contemplando o cuidado dEle comigo. Deus é massa.
Depois de me costurar, o médico veio falar comigo do outro lado do paninho, disse que tava tudo certo, que Deus me abençoasse e tal (achei fofo), pediu pra ver como tava o peito e o leite, disse que tava quente e isso era bom! (Esses momentos são estranhos, mas já tinha perdido a vergonha mesmo kkkkkk).
O enfermeiro veio e me ajeitou pra levar pro quarto, num sentia nadinha gente, dei tchau pras enfermeiras e fui. Chegando lá, tava a família toda reunida esperando. Helena já estava lá, não lembro o que eu pensei, o que eu senti...Ainda era estranho, há alguns minutos eu tinha um barrigão e um bebê dentro dele, agora o bebê estava do lado de fora. O que eu faço agora?
Sorte que tinha bastante ajuda lá, Helena precisava mamar, eu não podia me virar, como fazer ela pegar o peito corretamente? Não queria que ele rachasse e um monte de outras coisas que eu tinha lido, mas não fazia ideia de como executar. Só sei que ela já sabia sugar, em todas as tentativas de colocar o peito na boca dela do jeito certo, ela já estava sugando. Isso é muito engraçado. Da série: coisas que as pessoas já nascem sabendo.
Ali começava a saga do pós parto cesárea, não podia tomar conta nem de mim, nem da bebê como eu gostaria. Mas nada de desespero, afinal, eu já sabia que seria assim, então vamos seguir do jeito que dá. Depois que o efeito da anestesia foi passando, fiquei com uma coceira nos olhos, no nariz e me tremendo, mas sem frio.
O primeiro dia Michel dormiu comigo, no segundo dia, Mamãe dormiu. No primeiro dia eu não podia nem pensar em levantar, o Dr. disse que no máximo poderia sentar...e lá pras 22h. Por mim tudo bem.
Michelzinho foi super 10 pra um papai de primeira viagem. Trocou fralda umas 5 vezes só à noite e madrugada, fiquei orgulhosa. E me ajudou a levantar e banhar no outro dia (que foi terrível, gente.), a gente não pode fazer nada desacompanhada, nem tem condições, parece que tá tudo solto dentro de você e se ficar em pé normalmente, todos os pontos vão arrebentar e seus órgãos vão se espatifar no chão, mas só parece mesmo rs. Você só consegue andar bem devagarzinho, quase se arrastando.
Tive a baby na sexta-feira e domingo pela manhã recebi alta, saí andando, mas bem devagarzinho. Aqui em casa tem escada, demorei 92348729847 horas pra subir. Um degrau, uma respirada, um pensamento sobre a vida e depois seguia, rs.
Ainda precisei bastante de ajuda depois que cheguei. Não banhava, nem trocava a bebê, só dava peito mesmo (que era o que ela precisava a maior parte do tempo, rs.) Mas cinco dias depois já estava bem melhor! E agora com 18 dias, tenho que me lembrar que estou de resguardo e não aprontar, já me sinto muuuuuito melhor. O médico disse que a cicatrização tá bem e que eu tô ótima, graças a Deus.
E é isso gente, Helena nasceu dia 11 de Dezembro de 2015 com 49 centímetros e 3.160 Kg. Eu só tenho mesmo a agradecer à Deus porque foi tudo bem, meu marido que super se esforçou pra que eu tivesse tranquilidade e conforto nesse dia, nossa família e amigos que nos ajudaram no que puderam, ao Dr. que me passou confiança e fez um ótimo trabalho e obrigada a cada um de vocês por toda torcida, todas as orações, preocupações, dicas. Estamos muito felizes em dividir tudo isso.
Ser mãe é o maior desafio que eu já tive, nunca imaginei perder tantas noites de sono com um sorriso no rosto por ver aquela carinha. Amamentar mesmo com dor, chorar por causa o choro da bebê, chorar me sentindo super incapaz por não saber de tudo que ela precisa...mas hoje entendo que o Deus que me escolheu pra viver isso, vai me capacitar :)
Sei que o post ficou grande, mas nada comparado a tudo que eu queria passar e o que realmente aconteceu na minha mente e vida naqueles dias.
Não consegui editar alguns videozinhos que príncipe fez no dia, mas depois edito e coloco aqui. Vou deixar alguns registros do primeiro dia:
Antes :)
Tia Khatianny, eu e amiga Kelly
Papais!
De boa com o paninho já! rs.
Achoooou!
Eu na intimidade! kkkkk
Cheguei gente!
Apaga essa luz!
Me veste, tia.
Eu e meu amoooor!
Sou um pequeno smurf roxinho.
Ah, esse é o Dr. Paulo Sérgio, vocês sempre me perguntam quem era meu obstetra, mas nessa foto nem dá pra ver, né? kkkkkk
Minha amiga linda, Dra. Kelly Galdez...quase Teixeira rs.
Fiquei super inchadinha (mais) depois da cirurgia.
Com mamys!
Nossa família cresceu! :D
Papaizão!
Tem mais fotinhos que eu vou colocar no facebook :D
Qualquer dúvida podem deixar por aqui ou na fan page pra mim \o
Beijos meus amores :*
Hellen.
*Salut = Oi em francês. Eu acho né, me ensinaram assim. kkkkk
